quarta-feira, 13 de março de 2013

Paz Demais


Qualquer dia desses eu me rendo
Arrumo o quarto e me entendo
Vou viver agradando a paz
Dos demais

Qualquer dia, amigo
Eu lavo a rua, a calçada
(A minha e a sua)
E aproveito pra dar um bom dia
A mais

Pra quem quer que passe
Naquela hora
Nessa bendita, justa hora
Em que eu me levantei só pra fazer

Uma coisa que ninguém achou que eu faria
Nem de noite nem de dia
Mas é que a rua hoje fez
Por merecer

Mas qualquer dia, amigo, eu me rendo
E por enquanto eu me contento
Em passear por tudo que não me dói mais

Principalmente pelas roupas espalhadas
Pelos amores e gargalhadas
Que se eu não fizer, ninguém mais faz

Principalmente pelas guerras afastadas
E calamidades abandonadas
Que se eu não quiser, ninguém mais traz

terça-feira, 12 de março de 2013

Minha Festa


a delícia do mundo tá presa na rua
a beleza do canto da terra é só sua
quando tudo se junta pro mundo cair
é que eu te dou a mão só pra gente assistir

você chega, me arranca a razão e a camisa
me chamega, me alisa e me beija a barriga
se eu te olho por mais de um segundo, já era
cê me mostra que valeu toda minha espera

meu bem, isso tudo é só pra te dizer
que quando eu to com você
a minha festa é deixar
a sua acontecer

vem cá, que isso tudo é só pra te dizer
que se eu te olho é porque
minha festa é amar
só você

Desencadeou


Você pode ir, pode voltar, pode ficar, pode abraçar. Pode ser.
Pode ser que eu sempre possa pensar que eu é que deixo você fazer qualquer coisa.
Nem sempre eu lavo tudo que eu sujo na hora, mas hoje a louça é minha, amor. Hoje a louça é minha. E sabe que até isso é bom? Sair do caminho e devolver o som pra tudo que antes era gritado e amanheceu com cara de calado. Sabe que eu arrisco atoa quando eu sei que a risada é boa? E se antes do fim der gargalhada, é que eu já cruzei a linha de chegada há uns dias atrás… Não te preocupa, e se tudo anoitecer atrasado é porque eu esqueci de trancar o cadeado… Desencadeou.

Desencadeou


Você pode ir, pode voltar, pode ficar, pode abraçar. Pode ser.
Pode ser que eu sempre possa pensar que eu é que deixo você fazer qualquer coisa.
Nem sempre eu lavo tudo que eu sujo na hora, mas hoje a louça é minha, amor. Hoje a louça é minha. E sabe que até isso é bom? Sair do caminho e devolver o som pra tudo que antes era gritado e amanheceu com cara de calado. Sabe que eu arrisco atoa quando eu sei que a risada é boa? E se antes do fim der gargalhada, é que eu já cruzei a linha de chegada há uns dias atrás… Não te preocupa, e se tudo anoitecer atrasado é porque eu esqueci de trancar o cadeado… Desencadeou.

Bicicleta


Eu já não sei se é o caso de apaixonar
Eu já não sei se o motor agora vai pegar
O fato é que a gasolina nunca vai faltar
Pra nossa bicicleta...

Eu já perdi a aspirina e a dor vai passar
Entre limão e algodão doce é bom se arriscar
Mas desde que não se aborreça em me perguntar
Se essa é a hora certa...

Depois de hoje eu já não sei mais do que tropeçar
Andar é bom mas uma hora a perna vai cansar
O caso é que a bicicleta nunca vai faltar
Pra nossa caminhada...

Eu perco todos os remédios de amor e de dor
Aceito tudo que me falam que melhora a cor
Tem vitamina, beterraba, tem bronzeador
E até felicidade...

Mas eu não sei se eu vou sorrir ou se eu vou bocejar
Na hora que eu me adianto, eu vou me atrasar
Então, eu não sei se é o caso de te adiar
Ou de me alimentar

O Amor do Mundo



Não mexe com a minha solidão
Que ela é que sempre me dá a mão
Eu danço, me alegro e aprendo
Que a festa da gente vem de dentro

Eu vou lá, só perceber
Sem precisar entender, meu bem
Só olhar e receber na pele
O amor que o mundo tem

Bagunça a minha percepção
Que ela é que sempre me tira o chão
Aí eu caio, apavoro e contemplo:
O abismo da gente vem de dentro

Me amarrei nas nuvens mais infinitas
Vi chover as coisas mais bonitas
Cores de passado em tintas do agora
Foi quando eu percebi o quanto eu to lá fora
… De mim

Eu fui lá sem perceber
Não precisa entender, meu bem
A gente ainda vai crescer
No amor que o mundo tem

A Mesma Reza



Aqui
Tá tudo do jeito que sempre foi
No almoço ainda é feijão e arroz
O coração ainda é vermelho
E a ilusão ainda bate no espelho

E mesmo assim
Tá tudo virando ponta cabeça
Parece que o mundo quer que eu me esqueça
Por onde eu já andei descalço e a pé
Só pro chão conhecer minha fé

É que é muita coisa pra conhecer
É muita fé e pouco saber
Gente que quer se abraçar em paz
Sempre se arranja em meio ao caos
E mesmo assim

Tá tudo estampado em milhões de cores
Nunca paramos de falar das flores
E a matemática continua chata
Como toda coisa que é exata
Vai por mim

Que ainda vai continuar assim
Pro nosso bem
A coisa muda, mas a vida é reza
E ainda termina no amém