segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ao SAC do céu




Seria a liberdade uma moça jovem
Que não saiu da cabeça do filósofo?
Será que a liberdade precisa
Sair da cabeça para ser?

Será que a liberdade permite
Que se lhe toquem os seios fartos?
Ou seria a liberdade uma puritana
Que também caiu em contradição?

Será que é preciso permissão
Para lhe cheirar os cabelos?
Ou seria muita petulancia?
Ou seria muita confiança?

Será que eu posso algemá-la
Apertá-la, amassá-la e por na mala?
Apartá-la, amar sala, o mar sal
Será que ela entende de devaneio?

Será que posso achar que ela é minha
Só por ser inquilinamente moradora
Da cobertura do meu corpo
Com varanda e vista para o amar?

Será que ela me paga e eu não vejo
Ou será que me deve alguns meses?
Seria ela quem grita e esperneia lá em cima
Toda véspera de entrevista de emprego?

É ela que pisa no acelerador
Toda vez que é preciso rebeldia?
Será que a liberdade precisa
De umas aulas de direção?

Seria ela a professora
De toda a movimentação?
E, sem mesmo sair do lugar
Faria o moço levantar do sofá?

Será que é mesmo dela
Todo esse aparato sedutor?
Ou teria a liberdade se rendido
Ao bisturi ou ao silicone?

Será que ela começa e termina
Ou será que a liberdade é Deus?
Mas, será que Deus pôs silicone?
Tomara que a blasfemia não ouça

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