Confiar…?
Um dos maiores – para não dizer o maior – dos problemas nos relacionamentos humanos é a tal da confiança. Problema que caminha lado a lado com a tal da mentira. É tão simples de se enxergar isso, que basta perguntar à um casal de namorados se um confia no outro. Certamente eles responderão que sim, com um sorriso amarelo no rosto. É mentira, não confiam. Viu, lado a lado.
Não é de se espantar, se pararmos para pensar. Para fazer uma boa referencia, vou usar como exemplo o ser mais confiável que, para mim, existe: Deus. E nem mesmo nEle confiamos.
Quando tudo está bem, você está pelo menos parcialmente satisfeito com o seu emprego, tem bons amigos, tem uma boa proporção de lazer, trabalho e família em sua vida, certamente gritará ao mundo inteiro o quanto a sua vida é boa graças à confiança. Confiança em Deus, confiança na estabilidade, confiança no parceiro.
Acontece que quando as coisas andam bem, não temos muito com o que nos preocupar. Mas basta um cascalho no seu caminho, nem precisa ser uma pedra, mas se esse cascalho te fura o pé, estranhamente tudo se volta contra você. Suas crenças se enfraquecem, seu emprego vira uma chatisse, sobra mês no fim do salário e aquele (a) cretino (a) deve tá te traindo.
Como é que uma coisa que só fez parte da sua vida por alguns instantes, apenas um cascalhinho, pôde te revelar o quanto o mundo conspira contra você?
E Deus, cadê Deus?
Com toda certeza eu te afirmo que ele está no mesmo lugar. Mas e a confiança, cadê a confiança? Bom, quanto à isso já não tenho tanta certeza.
O ser humano tem muita dificuldade de conhecer a si próprio, e não é para menos. Somos complexos, temperamentais, mudamos de idéia, aprendemos, erramos, acertamos, mudamos de idéia de novo, cansamos… Muita coisa acontece na nossa vida, que nos faz perceber que em cada situação nós somos um. E, ao mesmo tempo, somos os mesmos, a vida toda.
Essa dificuldade de se conhecer nos leva a achar ainda mais dificil conhecer o outro. Isso porque no fundo no fundo a gente sempre se acha o máximo. Então se eu, que sou o máximo, sou esse turbilhão de mudanças constantes, imagina o outro? E esse pensamento é coerente. Pode-se esperar do outro tudo que se espera de você mesmo. E é aí que entra a tal desconfiança. O fato de você reconhecer, mesmo que no seu subconsciente, de que você é um ser humano, errante, falho e pecador, já te basta para olhar para o outro com esses mesmos olhos e supor que por serem semelhantes, suas atitudes podem ser as mesmas diante de algumas circunstancias.
Voltando lá no Éden, quando tudo era perfeito e não existia celulite, nós podemos observar talvez a primeira falha de confiança do homem. Adão e Eva confiavam plenamente em Deus, certamente. Mas o ser humano é falho, e curioso. E a curiosidade vem, muitas das vezes, acompanhada pela ingenuidade. Eva confiava em Deus, sim. Mas confiou também na serpente. E se decepcionou. E hoje em dia – e vale dizer que eu não apoio isso – a mulherada usa sapatos, bolsas e cintos com pele de cobra.
A ingenuidade de Eva a levou ao pecado, a levou à desobediencia. Ingenuidade essa que a fez crer que a mordidinha básica que ela deu no fruto proibido ia passar despercebido aos olhos de Deus, o Todo Poderoso. Deu mole né…
O ser humano, acredito, trai a confiança de alguém pela mesma ingenuidade de Eva: achar que não será descoberto. Mas Ele já disse que “… nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido”.
E também não foi Ele que disse que “Maldito o homem que confia no homem”? E, como o de costume, dia após dia a gente percebe que Ele tá sempre certo.
A nossa falta de confiança no homem é totalmente explicável, entendível, e até mesmo saudável. Mas como explicar a nossa falta de confiança em Deus? Porque, até onde eu sei, toda fonte de sofrimento e dor que temos atualmente, provém do homem, e tudo que nos conforta provém de Deus. O que Ele te fez para que você não confie? Pode pensar até o fim da sua vida, e não vai encontrar resposta. Simplesmente não confiamos porque somos humanos. E mesmo Jesus, na condição de ser humano, sendo crucificado, clamou à Deus se sentindo abandonado. E, felizmente, Deus tem misericordia de todos os seus filhos.
Mas você não é Deus. E você fica indignada (o) de ver que seu (a) parceiro (a) não confia em você, que é o máximo, e fica indignada (o) de perceber que não pode confiar nele (a) plenamente, que é um (a) bocó. Como lidar com isso?
Bom, se você não pode confiar no (a) seu (a) parceiro (a), entregue sua confiança à Deus, porque Ele sim é digno de toda confiança, e Ele sabe como te orientar para que você aja de maneira que tudo de bom aconteça na sua vida. Lembrando que o fato de você não poder confiar no (a) seu (a) parceiro (a) e nem ele (a) em você, não significa que você é uma piriguete (ou um pirigueto) e ele (a) um galinha. Eu não confio em balança nenhuma que eu subo, porque eu sempre acho que ela rouba pra mais. Isso não faz da balança a culpada por eu estar longe de ter a silhueta da Gisele Bundchen. Não é porque você não confia em alguém, que essa pessoa vá te decepcionar. Talvez sim e talvez não.
Mas, pode levar fé que se você se decepcionou hoje com esse (a) idiota do (a) seu (a) namorado (a) que te traiu com aquela baranga (ou aquele barango) da faculdade, foi melhor pra você. Tudo que acontece na sua vida querida (o), é o melhor para você.
Ah, e nada de vingança heim meninas, já basta as cobras que viram sapato até hoje.