Não é incrível como, hoje, só se passa por ignorante quem quer? É sim. Pense bem... Numa das suas conversas via MSN, quando alguém menciona um nome que você não conheça… Jean Claude Van Dame, por exemplo. Você poderia muito bem esmagar o orgulho e, humildemente dizer "Desculpe a ignorância, mas quem é esse?". Mas, não, meu caro, você não faz isso. Antes mesmo de dar tempo de pensar em Google, seus dedinhos já estão digitando www.google.com.br, seguido de "Quem é Jean Claude Van Dame" e, tão rápido quanto um raio, sua mão se joga para cima do indefeso mouse, e clica louca e desesperadamente em “Buscar”.
Ok. Não foi bom dar como exemplo nosso companheiro de filmes de domingo à noite. Até porque, se você não sabe quem é Jean Claude Van Dame, você provavelmente não sabe o que é Google e nem o que é mouse.
Desinteressa.
O fato é que a informação hoje chega tão rápida, que mal conseguimos acompanhar. Tem hora que isso é bom, tem hora que não. E outra: ninguém mais vai à Biblioteca Municipal para fazer pesquisas, tadinhos dos livros. Tadinha da tia da biblioteca, não faz mais “xiiiiu” com a mesma frequencia. Temos o mundo dentro do nosso quarto, ocupando menos de um quarto dele.
Para ilustrar o texto de hoje, vou contar a história que minha amiga Natália (que é a única pessoa que eu conheço que vai na Biblioteca Municipal, e vive pagando multa por atraso, diga-se de passagem) viveu um dia desses e veio me contar.
Ela tava no balcão do Mc Donald´s esperando seu lanche, quando se aproxima um menino de aproximadamente cinco anos de idade. Ao lado dele, tinha uma cesta cheia de maçãs e, do lado dela, uma estufa com aquelas tortinhas de maçã. A cesta, lógico, era decorativa, cheia de maçãs vermelhas, grandes e lindas.
O menino então chama a atendente e indaga, olhando seria e friamente nos olhos dela:
"Moça, essas maçãs são geneticamente modificadas?"
Hã?
Na idade dele eu nem sabia pronunciar "geneticamente"! Não sabia por que não precisava, né. Não tinha nenhuma Barbie da Genética, nem um Ken Agrotóxico.
Por que é que essa criança não tá brincando de pique-qualquer-coisa na rua? Trocaram o pique na rua, pelo nick no MSN e ficou tudo certo? Oh, o mundo informatizado cruel!
Eu fico imaginando - tendo pena, na verdade - como será a infância do meu filho, quando eu tiver um. Mais calor, com certeza, ele sentirá.
Barbie será coisa de colecionador. Brincadeira de rua, tema de livro nostálgico.
Triste. Eles nunca saberão o quanto é bom passar uma tarde correndo pra lá e pra cá…
E gente, McDonalds? Não vou nem falar no índice de obesidade… Mas “crescimento exponencial” define.
Mas, o Chaves resiste a tudo isso, inclusive à filosofia de horário aleatório do SBT. Legal né?
NOTAS:
- Resposta da atendente ao menino esperto: “Você vai ter que perguntar pro gerente...”
- Confissão: eu digitei o nome do Jean Claude no Google, para ver como se escrevia corretamente.
Concordo plenamente Dééinha, tanto que minha melhor amiga é a wikipédia, mesmo não sendo muito confiável! UAHSUSHSUAHS. Beijos, sempre quando tiver novidade você me avisa em?!
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