quarta-feira, 11 de abril de 2012

Erê Particular




Deixa
Que mesmo que a sorte encalhe
A estrada arruma outra crença
Traz de volta o que nos valhe
Mais veloz que a gente pensa

Madeixa
Lá do topo do seu ser
Na palha do meu chapéu
Faz a cena enrubrecer
E eu brincando de ser céu
E eu brincando de certeza
Lembrando que a natureza
É folha, não é papel

Ameixa
Um pé disso, uma muda
Um pedido de ajuda
De um erê particular
Que, brincando de ser terra
Foi brincando de ser água
Aprendendo a soprar vento
Embarcando o sentimento
Pra esse fogo não queimar

A queixa
De pertencer à um lugar
Nos deixa bem mais perto de voar
Pra onde quer que se possa brisar
Pra onde quer que a posse não seja altar
Pois quem quer possuir
Não tem propriedade pra amar
Ter mil mundos de endereços
Pode até nos ajudar

Deixa
Essa giranda te encantar
Logo uma criança vai te contar
Como se dança essa música
Pra quem precisa chegar
Lá onde se ensina a sentir
Sem ter 

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