segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Multifocal

Por Deia Pereira, Carlos Eduardo Giglio, Helemberg Cubiça, Pedro Ernesto, Rafaela Alves e Thiago Barros

Uma vida de merda
Com madrugadas privilegiadas
Não é qualquer sabido
Que tem a trilha sonora da vida
Tocada ao vivo
Não é qualquer vestido
Que tem o carinho de ser chamado
De escultura
Eu sou aquela que sobra
Uma foi com o ofício, outra foi com sono
Sou a última, a ímpar, remanescente
Sozinhos todos somos, mas eu não
Eu sou a última
E quero sempre ser
Porque, ficando por último
É que eu escuto primeiro
O galope de palavras em fila harmonica
Ainda que sejam tortas
Elas vivem enquanto um me oferece afago
Que muito mais é
Do que um simples galanteio
É a magia do encontro de universos
Em estados de consciencia diferentes
E palavras se transformam em sons
Quando não somos mais paralelos
E estamos aptos para lê-los
Em mais uma noite em claro
Mais uma manhã contemplativa
Dos males, o melhor
Dos mares, o maior
Dos bares, o badó
Não é qualquer sentido
Que é dirigido por mestres
Que já perderam a hora
Não é qualquer ouvido
Que escuta e degusta a doçura
Da entorpecida sensatez
A incorporar seus fregueses
Para dizer que quem sorri
Reza três vezes

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