Para meu irmão Richard Bruno |
Em tudo quanto é definição
Em todo canto, quando e divagação
Em reza, em despacho e em feitiço
Nos rótulos de shampoo
Na posologia, numerologia
No gato que mia e na pia
Achei que explicaria…
Liguei pro telemarketing
Que tinha um 0800
Aguardei na linha quétinha
Escutei só “eu lamento”
Corri perguntei praquele carteiro
Primo do gari que é cabeleireiro
Da moça do 301 que embeleza o canteiro
Que alimenta toda a boiada do boiadeiro
Fui ver se Platão disse coisa
Que pudesse isso explicar
Encontrei uma mesa de Bach
Desce aí um Schopen gelado
Mas vamo rachar essa conta
Que o negócio tá Rousseou
Leonardo sempre dá vinte
Com o resto a gente se vira
Descartes esse colarinho
E vamo beber direitinho
E traga aí um salaminho
Que esses são nossos Hobbes
Dali a pouco a gente fica Locke
É capaz até que alguém Kant
Eu falei que eu queria um mel
O rapaz entendeu que é véu
Eu logo indaguei “mas que véu?”
Ele mirou e me tacou O Príncipe
Eu cismei que eu era um castelo
Vários estados de consciência
Na varanda não tem torpe essência
Gato preto, cotoco de rabo
E uma antena de TV a cabo
Eu cacei, procurei, pesquisei
E não acho nem por reza braba
Como é que pode o meu irmão
Ser eu de cueca e de barba
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