Para a amiga Cacau de Souza |
Com a calma da temperatura
Que seca lenços no varal,
Antes lagrimados de secura…
Princesa cigana enfeitada com fita
Faz nascer no imaginário da vida real
A candura simples de espantar o banal
No feitiço da dança da moça bonita
O abrir de um livro foi seu parto
Dando início ao conto onde ela é a fada
Fez um portal na janela de seu quarto
Onde bate suas asas e voa desacordada
Será notada em todo reino que chegar,
Pelo veludo de sua voz macia.
É recebida como motivo de romaria
Pelo povo criado em seu próprio olhar
Ela vive o que vê
E escolheu ver a fantasia
Sua vida se veste e se enfeita
Para bailar com aroma de maresia
Suas raízes não a prendem
Justamente porque se estendem
Ao redor de tudo quanto é solo
“Não pousa seu pé no chão”, eu imploro
O rodar da sua saia vermelha
Parece ter firmado acordo com o vento
Que faz rebuliço na sua cabeleira
E tudo vira cena em ritmo lento
Amo a fada sonhadora
Que chegou trazendo magia
Almofada acolhedora
Acalanto de sofá e poesia
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