Para o amigo Giglio |
Garantindo meu direito à entorpecência
Quando exerço a mais sabida paciência
Enquanto cuspo fogo e poesia
Na mais draconiana boemia
Essa chama que salta de mim em tempo verbal
Consegue fazer rir e chorar com a notícia
Repousadamente morta nesse lenço de jornal
Em desumanidade que parece fictícia
Às vezes o que se queria, simplesmente
Era que cessasse a lenha podre e alimentadora
Dessa fogueira de cansaço evidente
Que, de tão forte, arrasaria qualquer lavoura
E, incrivelmente belo e com pureza
Seja qual for o fim dessa chama
Ela é sempre fiel à sua natureza
Deveras me queima só porque me ama
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