Acordo sentindo frio
Parece um ninho vazio
O olho demora a abrir
É a poesia querendo sair
Levanto e não leio jornal
Nem converso e coisa e tal
Tem roupa pra pendurar
É a poesia querendo entrar
Abro a porta e as gavetas
Penso em dragões e canetas
A varanda parece iluminar
É a poesia querendo ficar
Nada adoça esse café
Deve ser falta dum cafuné
Já começo a ensurdecer
É a poesia querendo querer
A reza eu esqueci de fazer
Hoje eu não vou botar pra ferver
Procuro coisa bonita pra ouvir
É a poesia querendo dormir
Me reviro e o sono não vem
Barulho da cama faz nhém
Vou levar meu corpo pro sol
É a poesia virando farol
Se chover eu vou querer molhar
Se é som eu vou querer cantar
A seca é maldita e pode castigar
Que eu sou poesia, e vou querer versar
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