segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Carvalho


Para Elisa Carvalho e seus ramos, flores, frutos, raízes, vida...


Já existia bem antes de você
Dizem que data mais de mil anos
Natureza perpétua, agora cê vê
Esse nome tá longe de ser engano

A gente pensa que é só um arvoredo
Mas a cada novo galho que contamos
Dá logo pra ver que ali tem segredo
É um só nome, para vários ramos

E no final de cada um, tem fruto
E nenhum deles ousa apodrecer
Só fazem alimentar o canto astuto
Dos passaros que vêm amanhecer

Guarda consigo o registro precioso
De chuvas e tempestades passadas
E a cada pé d´água doloroso
Enraíza ainda mais suas jornadas

Com o temporal, seu tronco revigora
E não há um pingo que sinta coragem
De ousar derrubar essa história
Desde o solo até sua folhagem

E mesmo com esse assédio natural
Que a vida insiste em querer forçar
Ela não se revolta ou deseja o mal
Se o vento balança, ela põe-se a dançar

Quer ser morada para toda vida
Que a rodeia com simplesa e canto
Ternura que chega a ser desmedida
Com uma força de causar espanto

Vê poesia em grade na janela
E registra tudo em fotografia
Já devem ter avisado a ela
Que essa árvore dá poesia

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