Leva na ponta do lápis o coração
E requer de um certo tempo ocioso
Só pra versar seu não-ganha-pão
Ah! Queria mesmo é viver da emoção
Que conto e declamo em tom de paciência
De repente vira até uma canção
Um concerto que dispensa regência
Mas enquanto a arte for um semi-nada
Pra essa gente que (não) nos representa
Só me resta a carteira assinada
Que só com o pão me sustenta
Preciso ter a alma nutrida
O corpo aceita qualquer carboidrato
Poema é refeição bem servida
Só queria que bastasse esse prato
“Estude, seja alguém na vida!”
“Arruma um serviço fichado!”
A simpleza anda meio esquecida
Muitos tentam me deixar calado
Eu chego até a achar graça
Desses senhores tão estudados
Que só querem dar liga na massa
Prefiro os analfabetos abestados
Nenhum comentário:
Postar um comentário