Meu mundo é uma sala de espera
Dispenso a revista, eu tiro fotografia
Exploro todo canto com e sem melodia
A paciência é sempre minha primavera
E assim como tudo na vida
Eu vou te deixando pra depois
Não vou nem pensar em nós dois
Eu sempre fui meio esquecida
Agora não, deixa pra depois
Deixa essas outras te terem
Deixa seus poemas lerem
Não vou nem versar de nós dois
Deixa essas cidades te conhecerem
O mundo também merece te ver
Não precisa ser só meu esse prazer
Vamos viver as coisas que aparecerem
Vai, beija bocas, dá abraços
Dá a mão, faça música e ria
Faça rir, dá saudade e inebria
Segue os seus traçados passos
Eu me contento com o cheiro
Daqui eu te alcanço o braço
Mas a mão não acha espaço
Outras já chegaram primeiro
Não nasceu pra olhar paredes
Sua casa é um planeta inteiro
O palco, a rua, onibus, terreiro
Um só líquido para várias sedes
Derrama de si mesmo por aí
Que o mundo fica mais bonito
Cada dia é menos um conflito
Segura pra esse moço não cair
De você eu não quero nada
Já tenho minha garantia
E só isso já me sacia
E me deixa a alma acalmada
Não agora, não tá na hora
Nem tempo seu e nem meu
Ou já teve flor que floresceu
Antes da necessária demora?
Nós dois somos mais que dois nós
E dando volta pra lados diferentes
Os nós ficam mais resistentes
Pra ninguém desatar nosso após
Pois depois que dermos nossas voltas
Tomaremos um café aqui nesse lugar
Enquanto um espera o outro chegar
Pra contar com versar as nossas rotas
Nó na garganta, disso não abro mão
Aperta mais a cada dia de lonjura
E enquanto a alma vai ficando pura
A gente vai ali e já volta, ou não
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