Para Regina Vilarinhos |
Sua mãe foi uma baita adivinha
E essa voz mais parece garoa
Na hora do café, a tardinha
Queria conhecer essa senhorinha
Escolhida para dever tão singelo
De carregar na barriga a rainha
Descobrindo em si mesma um castelo
“Vou dar o nome de Regina
E vais desbravar mil caminhos
Seu reinado é pra lá da esquina
Junto ao povo desses Vilarinhos”
Na alma é que mora a realeza
Torna em trono a cadeira de bar
Mas entorna que é uma beleza!
Sempre súdita do nosso versar
Tapete vermelho estendido
Entre pedras, terra, cascalhos
Seu sapato ficou encardido
Preferiu não pegar os atalhos
Fica facil entender a majestade
Ao percebermos sua sutileza
Em tratar como rei qualquer idade
Dentre camponeses ou nobreza
Sejam doutores ou marginais
Sejam românticos ou escrachados
Sejam sim ou não verbais
Sejam todos predicados
E porque não os rabiscados?
Tenham a forma que tiver
Formem versos engraçados
Encham de graça sua fé
Dos olhos para fora, só isso
Quer coroar reis e princesas
Pra dentro da pupila, o vício
De manter essas chamas acesas
Por hora não vou me alongar
Teu abraço é como tua face
Todo dia, ao se levantar
Faça-se um favor: se abrace
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