segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Faltar


Acho que um dos momentos mais desesperadores da vida é aquele em que deparamos, de novo, com algo que não entendemos sob essa nossa "lógica" adquirida através de tudo que já vivemos e não entendemos e buscamos entender e, por vezes desistimos, por vezes escolhemos acreditar no mais plausível, e por vezes esquecemos. É aquela velha história da vida vir e mudar todas as perguntas. As vezes parece que a missão da minha vida é experimentar esses clichês. As vezes parece que não tem missão e nem vida, só experiencia. As vezes parece que eu to é ficando doida, me drogando demais ou de menos, ou que falta ou sobra algum nutriente. As vezes parece que é Deus quem faz isso tudo me encontrar, me sacudir e me dar um chute nas costas, desses que empurram pra frente ou entortam de vez a coluna. E tem vez que parece que é só estresse, ou falta de estresse. Assombrações existem de várias formas: perguntas, clichês, experiencias, drogas, abstinencias, loucuras, lipídios, solidões, vitaminas, açucares, memórias, esquecimentos, divindades, maldades, estresses, vazios, tédios, balanças, ócios, personalidades, vontades, desejos, dúvidas, dívidas, remédios, quadro torto na parede, janela aberta com chuva, resistência de chuveiro queimada, finais de mês, manhãs, sonos, horários, matérias, pessoas, promessas, vícios, enlatados, solúveis, plantas de plástico, madrugadas, cozinhas, mortes, poesias, músicas, dores, prazeres, chás, caquis, mãos, documentos, saudades, fotos, amores, indiferenças, batatas palhas, medos, frios, suores… Mas, acho que nada assombra mais do que o desconhecido. E aí, pensando um pouco (tendo o mesmo dejavu de sempre) fica pior quando você percebe – e você percebe muitas vezes na vida, e esquece – que não conhece nada.
Nem ninguém. Nem você. Nem seus fantasmas e nem seus caçadores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário